Você pode não ver, mas os Ensaios Não Destrutivos só são confiáveis porque seguem normas técnicas precisas. No Dia Mundial da Normalização, 14 de outubro, entenda como esse trabalho sustenta a segurança e a qualidade no setor industrial.
14 de outubro: o dia dedicado a quem garante que tudo funcione, sem falhar
Todo equipamento industrial, de uma caldeira a um duto de petróleo, passa, em algum momento, por uma inspeção. E o que garante que esse processo seja seguro, comparável e confiável é algo que quase nunca aparece: a normalização.
Ela é o que define como medir, como registrar, como interpretar.
Sem normas, cada profissional avaliaria à sua maneira e um mesmo defeito poderia ter diagnósticos completamente diferentes.
Por isso, neste Dia Mundial da Normalização (14 de outubro), a Abendi celebra o trabalho que mantém o sistema industrial funcionando com segurança: as normas que sustentam os Ensaios Não Destrutivos (END).
O que é normalização e o que isso tem a ver com END
Normalizar é criar regras técnicas que estabelecem padrões para equipamentos, processos e competências.
No caso dos Ensaios Não Destrutivos (END), essas regras definem como detectar, interpretar e registrar descontinuidades em materiais e estruturas sem causar danos.
Elas dizem, por exemplo:
- qual é o nível mínimo de sensibilidade de um ensaio de ultrassom;
- como deve ser feito o ensaio de radiografia;
- ou quais critérios de aceitação definem se uma solda pode ou não ser aprovada.
É esse conjunto de normas que garante que uma peça inspecionada no Brasil siga o mesmo padrão de qualidade que uma na Europa ou no Japão.
O papel da Abendi nesse ecossistema
A Abendi é o Organismo de Normalização Setorial da ABNT para Ensaios Não Destrutivos (ABNT/ONS-058) desde 2003. Isso significa que ela coordena o desenvolvimento e a revisão das normas técnicas aplicadas aos END no Brasil.
Foi um processo que levou 18 meses de auditorias, capacitação e adequações internas até o credenciamento oficial, e desde então, a Abendi já desenvolveu mais de 100 normas junto à comunidade técnica.
Essas normas passam por consulta nacional e são revisadas de tempos em tempos para acompanhar a evolução tecnológica dos métodos de inspeção.
Como explica Alessandra Alves, gerente executiva de Tecnologia e Inovação da Abendi:
“Cada norma nasce de uma necessidade prática do setor. A Abendi cria o espaço de discussão, a ABNT publica para consulta nacional e, a partir dos comentários da sociedade, o texto é aprimorado e devolvido à comunidade com ainda mais precisão técnica.”
2025: o ano em que novas normas reforçaram a confiabilidade
Em 2025, a Abendi publicou oito novas normas, elaboradas em diferentes Comissões de Estudo (CE). Entre elas, uma merece destaque: a ABNT NBR NM ISO 9712, que atualiza a certificação de profissionais conforme a versão internacional ISO 9712:2021.
Na prática, isso significa que o profissional certificado no Brasil segue os mesmos requisitos de qualificação e competência que um inspetor certificado em qualquer outro país que adote a norma.
É confiança traduzida em reconhecimento internacional.
Confira as normas publicadas em 2025
Quando o Brasil fala a mesma língua que o Mercosul
A normalização também é um diálogo entre países. Desde 2004, a Abendi representa a ABNT no Comitê Setorial Mercosul de Normalização (CSM 24), fórum que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai para alinhar documentos técnicos e reduzir barreiras comerciais.
Durante a semana do Conaendi 2025, a Abendi sediou o 29º Encontro do CSM 24, coordenado por Mariano Semorile, do IRAM (Instituto Argentino de Normalización y Certificación). O grupo analisou textos de Normas Mercosul (NM) em Radiografia, Termografia e Métodos Superficiais, além da revisão sistemática do ciclo 2024–2025.
Esses encontros mostram que a normalização não é só técnica: é cooperação internacional, integração produtiva e segurança compartilhada.
Normas que sustentam a integridade
As normas de END formam um verdadeiro mapa de confiabilidade industrial.
Elas orientam desde a detecção de falhas em materiais até o planejamento de inspeções baseadas em risco (RBI), ajudando empresas a otimizar custos sem comprometer a segurança.
São elas que tornam possível:
- prever quando um equipamento deve ser inspecionado novamente;
- definir qual técnica é mais adequada para cada tipo de material;
- e assegurar que o resultado de uma inspeção seja aceito em qualquer auditoria — dentro ou fora do país.
É por isso que, para quem trabalha com END, normalizar é garantir integridade estrutural, confiança e continuidade operacional.
Um convite à comunidade técnica
A normalização é um processo vivo e coletivo. Ela só existe porque profissionais e empresas dedicam tempo e conhecimento para manter o sistema evoluindo.
Você pode participar de várias formas:
- Integrando uma Comissão de Estudo (CE)
- Comentando em uma consulta nacional de norma
- Sugerindo novos temas ou revisões
📧 normalizacao@abendi.org.br
📲 (11) 5586-3145
👉 Saiba mais em: https://www1.abendi.org.br/comissoes-e-comites/
Os Ensaios Não Destrutivos são a linha de defesa da segurança industrial. Mas o que dá solidez a essa linha são as normas técnicas, o elo invisível que transforma conhecimento em confiabilidade.
Neste Dia Mundial da Normalização, a Abendi celebra o esforço coletivo que mantém o Brasil conectado às melhores práticas do mundo e reforça seu compromisso em seguir desenvolvendo padrões que fortalecem a integridade e a confiança.