Você já ouviu falar de quiet quitting?
Recentemente, esse termo ganhou espaço, especialmente no Linkedin e em artigos de grandes veículos como o Wall Street Journal e a Harvard Business Review.
O quiet quitting é quando os profissionais deixam de ir além do básico esperado de seus cargos. Mas isso não seria falta de comprometimento? Um artigo do Harvard Business Review destacou que, na verdade, muitos trabalhadores estão apenas criando limites mais saudáveis.
Faz sentido? Alguns especialistas afirmam que, depois de anos de sobrecarga de trabalho e expectativas acima do razoável, as pessoas estão redefinindo suas prioridades. Outros entendem que é um movimento em que o funcionário/ colaborador da organização está “desistindo” do seu trabalho. Será que estamos mesmo desistindo, ou finalmente aprendendo a viver?
Ao invés de estarmos testemunhando uma “preguiça” coletiva, talvez estejamos vendo uma resposta saudável a uma cultura de trabalho que sempre exigiu demais. De acordo com uma pesquisa do Gallup, apenas 15% dos trabalhadores globais estão engajados no trabalho. E por que isso? Porque o burnout tem sido constante. Afinal, como manter a motivação quando sua energia é drenada todos os dias?
Por onde andam os workaholic (uma pessoa que trabalha compulsivamente)?
Existem relatos e registros de vários casos de pessoas trabalhando 14/16 horas por dia e que atualmente estão sob tratamento médico. Mas, a cultura de que quem trabalha mais, sempre entrega mais, ainda é muito presente nas organizações. Na verdade, quem se cuida – mental e fisicamente – está muito mais preparado para entregar com qualidade e, principalmente, com humanidade.
Um grande número de empresas ao redor do mundo mantém o “home office” mesmo após a pandemia.
É cada vez maior o número de empresas que adotam a semana de 4 dias. E aquelas que permitem a presença dos pets nas estações de trabalho. A discussão, a partir de agora, é como lidar com a pressão do trabalho? Como estabelecer limites? Essa tendência é um alerta para líderes e empresas refletirem sobre o tipo de ambiente que estão criando. (Ou que já criaram).
Porque, como dizem vários especialistas, o futuro do trabalho será mais humano e as funções repetitivas, e as longas jornadas, ficarão a cargo das chamadas “inteligência artificial”.
Por João Conte